A situação vivida por Joana não é um caso isolado. Uma pesquisa realizada pelo Instituto Locomotiva revelou que 25 milhões de brasileiros passaram a apostar em jogos online e bets, sendo que a maioria está endividada e com o nome sujo na praça. A causa desse fenômeno parece ser a busca por dinheiro fácil, que acaba levando as pessoas a situações extremas, como ameaças e perdas financeiras significativas.
Na periferia de São Paulo, como em Paraisópolis, a realidade não é diferente. Laryssa Silva, de 28 anos, relata como começou a apostar para tentar resolver questões financeiras e acabou perdendo mais do que ganhando. A falta de itens básicos em casa a fez perceber que era hora de parar com os jogos de azar, e encontrou apoio na sua fé para superar essa fase.
Além disso, a acessibilidade e o apelo dos jogos de apostas online têm atraído jovens das periferias, como Victor Correia, de 19 anos, que começou a apostar por diversão. No entanto, essa diversão pode se transformar em um problema sério, como mostra a pesquisa “O impacto das apostas esportivas no consumo”, que revela a diminuição dos gastos com lazer e cultura em famílias mais pobres em detrimento das apostas.
A influência dos jogos de azar também tem impacto nas escolas, como relata a professora Grazielle Mendes, que enfrenta a competição pela atenção dos alunos com os joguinhos durante as aulas. A disseminação dos jogos de apostas online e físicas, conhecidas como “bancas”, traz consigo um risco para a saúde mental e financeira de muitas pessoas, como mostram histórias como a de Jonatas Santos, que acumulou perdas significativas em apostas.
Diante desse cenário preocupante, é importante identificar os sinais de alarme para um possível transtorno do jogo, como a necessidade de jogar valores crescentes de dinheiro e a tentativa malsucedida de controlar ou parar de jogar. É fundamental oferecer apoio e orientação para aqueles que estão enfrentando problemas com jogos de azar, antes que seja tarde demais.