Para facilitar a observação desses animais, a doutoranda Beatriz Robbi, do Laboratório de Manejo e Conservação de Fauna da UFV, utiliza um drone com sensor termal e câmera para sobrevoar a área e detectar os muriquis, especialmente nas primeiras horas da manhã e ao entardecer. A ideia é coletar informações sobre o comportamento desses primatas, como a alimentação, reprodução e interação social.
Atualmente, existem 12 indivíduos conhecidos na Área de Proteção Ambiental do Barreiro Rico, que é parte de um mosaico de cerca de 30 mil hectares, com diversos obstáculos como estradas, fios de alta tensão e plantações, que dificultam a conexão entre os grupos de muriquis e, consequentemente, a reprodução da espécie.
Uma das estratégias para conservar o muriqui e outras espécies da região é a criação de corredores ecológicos, conectando os fragmentos de mata atlântica isolados. Pesquisadores, ONGs e a Fundação Florestal estão envolvidos nesse projeto, buscando identificar os melhores locais para essa conexão.
Além disso, a restauração florestal é uma importante medida para preservar a biodiversidade da região. Por meio de estudos da ecologia da paisagem e sensoriamento remoto, pesquisadores buscam identificar os fragmentos florestais mais adequados para a reprodução e alimentação dos muriquis.
Com a conscientização da população local e o engajamento em evitar incêndios, a Estação Ecológica do Barreiro Rico tem conseguido preservar sua vegetação e a vida selvagem, com iniciativas como o projeto SP Sem Fogo. O muriqui tornou-se o embaixador dessa causa, mostrando a importância da conservação da natureza para o bem-estar de todos.