Repórter São Paulo – SP – Brasil

Ateu em meio a bençãos: Como responder quando te desejam ‘Deus te abençoe’?

O crescimento do uso de expressões religiosas no dia a dia é um fenômeno cada vez mais comum e que está se tornando generalizado. Antigamente, Deus era considerado inalcançável nas alturas celestiais, mas agora se tornou parte integrante da vida cotidiana, sendo invocado em cumprimentos simples, como “Deus te abençoe” e “fica com Deus”. Ao receber votos tão grandiosos, mesmo não compartilhando da mesma crença, é inevitável se sentir um tanto constrangido diante da generosidade dos interlocutores.

Para muitos, a ideia de um ser superior olhando por eles e garantindo um lugar no paraíso após a morte é algo extremamente sedutor. No entanto, para os ateus, a perspectiva é bem diferente, uma vez que a morte representa o fim sem a promessa de uma vida após esta. Essa ausência de crença em divindades é algo que muitas vezes vem desde a infância e é difícil de mudar ao longo da vida.

Apesar de não possuir crenças religiosas, é importante respeitar as convicções alheias e não zombar da fé das pessoas. A fé, assim como a preferência por certos tipos de comidas ou afeição por animais de estimação, é algo particular de cada indivíduo e deve ser respeitada. Os ateus, de certa forma, também têm suas crenças, ainda que não estejam ligadas a entidades divinas.

Diante da expressão “Deus te abençoe”, surge o dilema de como responder de forma cordial, respeitando as próprias convicções. Uma alternativa interessante pode ser adotar expressões próprias, como “orgasmos múltiplos” ou “colesterol baixo”, de forma a manter o tom amigável sem comprometer as próprias crenças. Além disso, em algumas regiões, como o Rio de Janeiro, surgem novas formas de tratamento, como o uso da palavra “consagrado”, que pode ser uma opção neutra e respeitosa diante de expressões religiosas.

Assim, é possível encontrar maneiras criativas e respeitosas de lidar com as diferenças de crenças e expressões religiosas no cotidiano, mantendo a cordialidade e o respeito mútuo entre as pessoas. Cada indivíduo tem suas próprias convicções e é importante aprender a conviver com essa diversidade de visões de mundo.

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