O estudo revelou uma escalada nos casos de violência durante as eleições municipais, apontando a necessidade urgente de resgatar a civilidade e o espírito republicano no processo eleitoral, de acordo com analistas ouvidos pela reportagem.
Os casos de violência física e psicológica predominaram, totalizando 242 ocorrências no período. Além disso, novas categorias de violência foram identificadas, como violência de natureza semiótica, econômica e sexual.
Os episódios de violência não se limitaram apenas à disputa pela Prefeitura de São Paulo, com registros de agressões no interior do país. Estadualmente, São Paulo foi o que mais registrou casos, seguido pelo Rio de Janeiro, Ceará, Bahia e Paraíba.
A ameaça foi o tipo de violência mais recorrente, totalizando 80 casos, seguido pelas agressões físicas. Alguns relatos incluíram enfrentamentos em câmaras municipais e brigas durante atos eleitorais, amplamente divulgados nas redes sociais.
Partidos de diversas siglas foram vítimas de violência política, com destaque para filiados do PT, MDB, União Brasil, PL e PSD. Preocupadas com a escalada de casos, autoridades anunciaram a criação de um Observatório Permanente Contra a Violência Política, visando combater tais agressões.
O cientista político Rodrigo Prando ressaltou a importância de resolver conflitos por meio do diálogo e dentro das instituições, destacando que a violência política é a negação dos princípios da civilidade. Para ele, a retomada do debate cívico e o fortalecimento institucional são essenciais para enfrentar esse problema.
Em meio a um cenário de polarização, o desafio de garantir um ambiente democrático livre de violência se torna fundamental para a consolidação da democracia no Brasil. A violência política é um obstáculo que precisa ser superado com ações concretas e efetivas para garantir a integridade de todos os envolvidos no processo eleitoral.