Parada do Orgulho LGBTI+ do Rio de Janeiro se torna “Parada Verde” em ação contra crise climática no Brasil.

Em meio a ondas de calor, secas e inundações que assolaram o Brasil ao longo de 2024, a crise climática ganhou destaque e reforçou a urgência de medidas para proteção do meio ambiente. Nesse cenário preocupante, os organizadores da Parada do Orgulho LGBTI+ do Rio de Janeiro estão se mobilizando para transformar o evento do dia 24 de novembro em uma “Parada Verde”.

Com o objetivo de reduzir o impacto ambiental do evento, o presidente do Grupo Arco-Íris e coordenador da Parada, Cláudio Nascimento, apresentou o projeto Parada Verde Rumo ao Carbono Zero. Esse projeto prevê ações para diminuir a pegada ambiental da Parada, como a realização de tendas de educação ambiental, oficinas e atividades em locais públicos.

Almir França, responsável pela parte cenográfica do evento, adiantou que os três trios elétricos da Parada serão inspirados na história da Amazônia e da Mata Atlântica, e terão uma cenografia feita com reaproveitamento de materiais de anos anteriores. Além disso, está prevista a produção de dois trios elétricos movidos a energia elétrica em 2025, visando reduzir o uso de combustíveis fósseis.

A abordagem de questões ambientais em um evento que tradicionalmente defende demandas da população LGBTI+ pode parecer inusitada, mas os organizadores acreditam na interseção de pautas. Para eles, as demandas específicas não podem ser dissociadas de problemas sociais mais amplos, como racismo, misoginia, liberdade religiosa e, agora, a questão ambiental.

A população LGBTQIA+ é reconhecida como mais vulnerável aos impactos da crise climática, devido a fatores econômicos e socioculturais. A chamada “LGBTfobia ambiental” é uma realidade, na qual a comunidade LGBTQIA+ é mais afetada, não apenas socialmente, mas também ambientalmente.

Diante desse contexto, a Parada LGBTI+ do Rio de Janeiro se coloca como um espaço para discutir não apenas questões de cidadania e diversidade, mas também para abordar temas ambientais e interseccionais. A conscientização, educação e ação em prol da sustentabilidade tornam-se, assim, protagonistas do evento, sinalizando um compromisso com o futuro do planeta e com a inclusão de todas as minorias nos debates acerca do meio ambiente.

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