Repórter São Paulo – SP – Brasil

Ministro do STF determina intimação do general Richard Nunes para prestar depoimento no caso Marielle Franco e Anderson Gomes.

O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), tomou uma decisão importante nesta quinta-feira (3) ao determinar a intimação do general Richard Nunes, atual chefe do Estado-Maior do Exército, para prestar depoimento como testemunha no caso do assassinato da vereadora Marielle Franco e seu motorista Anderson Gomes.

Essa determinação ocorreu após o general recusar o convite enviado pelas defesas dos réus que o arrolaram como testemunha. Nunes foi secretário de Segurança Pública do Rio na época do trágico acontecimento e foi nomeado após a intervenção federal no estado.

Um dos pontos cruciais do depoimento do general é sua ligação com o delegado Rivaldo Barbosa, acusado de auxiliar no planejamento do homicídio. Nunes foi responsável por nomear Barbosa como chefe de Polícia Civil apenas dias antes do crime.

Apesar de já ter prestado declarações à Polícia Federal durante as investigações, o general se recusou a depor alegando a falta do contraditório que ocorre durante a ação penal. Além dele, outros delegados e vereadores também foram intimados pelo ministro Moraes para prestar depoimentos.

O desenrolar desse caso envolve outros réus, como os irmãos Domingos e Chiquinho Brazão, acusados de serem os mandantes do crime, e dois policiais militares suspeitos de auxiliar no assassinato. Todos negam envolvimento no caso.

As oitivas das testemunhas estão agendadas para as próximas duas semanas e os interrogatórios devem ocorrer entre 21 e 25 de outubro. Porém, o calendário pode sofrer alterações caso as oitivas se estendam além do previsto.

A defesa de Domingos Brazão pretende recorrer da decisão de Moraes em dispensar os depoimentos das promotoras Simone Sibílio e Letícia Emile, alegando que elas não atuaram na prisão dos irmãos Brazão, o que levanta questões sobre a imparcialidade do Ministério Público do Rio de Janeiro no caso.

O objetivo das defesas é explorar as contradições dentro do Ministério Público em relação às conclusões da investigação da PF, que apontou resistência à federalização do caso logo após o crime como forma de dificultar a apuração.

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