Estudo revela que policiais que controlam batimentos respirando melhor respondem mais rápido em situações de perigo, aponta pesquisa em São Paulo.

Um novo estudo realizado por Tânia Pinc, doutora em ciência política e oficial da reserva da Polícia Militar paulista, revelou que policiais que conseguem controlar seus batimentos cardíacos por meio da respiração são capazes de responder de maneira mais eficiente e rápida em situações de perigo. A pesquisa foi realizada com 52 participantes, divididos em dois grupos, na cidade de Barueri, na Grande São Paulo.

O grupo de tratamento foi equipado com um dispositivo de biofeedback, que monitorava a frequência cardíaca dos policiais e os orientava sobre como respirar de forma mais adequada, juntamente com um treinamento operacional. Já o grupo de controle não recebeu nenhum tipo de intervenção. Os resultados mostraram que os policiais que utilizaram o dispositivo de biofeedback apresentaram uma redução significativa na frequência cardíaca máxima, indicando uma melhora na autorregulação e um desempenho superior em termos de procedimentos seguidos e tempo de resposta em um ambiente simulado de reação armada.

Segundo Tânia Pinc, a reação dos seres humanos diante do perigo é semelhante à dos policiais em situações de abordagem, devido a um traço genético que os torna mais alerta e reativos. No entanto, esse estado de alerta excessivo pode levar a erros e afetar a memória e a coordenação motora. A utilização da respiração diafragmática, mais lenta e profunda, pode ajudar a controlar os batimentos cardíacos e reduzir os níveis de estresse.

Apesar dos resultados promissores da pesquisa, o uso do biofeedback ainda não foi oficialmente adotado pelas forças de segurança devido a questões financeiras. Tânia Pinc ressalta a importância de humanizar as abordagens em segurança pública e reconhecer a existência de um ser humano por trás da farda. A implementação dessas técnicas de controle respiratório pode representar uma mudança significativa na forma como os policiais lidam com situações de alto risco. Portanto, investir nesse tipo de treinamento pode ser crucial para garantir a segurança e eficácia das operações policiais.

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