Repórter São Paulo – SP – Brasil

Desigualdade racial no combate ao câncer de mama: mulheres negras enfrentam obstáculos no acesso a tratamentos e diagnósticos adequados.

Neste Outubro Rosa, é fundamental debater e conscientizar a população sobre o câncer de mama, uma doença que afeta milhares de mulheres todos os anos no Brasil. De acordo com dados do Ministério da Saúde, mais de 70 mil mulheres serão diagnosticadas com câncer de mama neste ano, e aproximadamente 20 mil perderão suas vidas devido à doença.

Apesar de ser um problema de saúde pública que atinge mulheres de diferentes raças, as estatísticas apontam uma maior vulnerabilidade das mulheres negras em relação ao câncer de mama. As desigualdades raciais e sociais persistentes no país contribuem para essa situação, limitando o acesso ao diagnóstico precoce e ao tratamento adequado.

Um estudo da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) revelou que a taxa de sobrevida de mulheres negras diagnosticadas com câncer de mama é menor em comparação com mulheres brancas. A disparidade na qualidade de saúde oferecida às mulheres negras é um reflexo das desigualdades presentes no sistema de saúde brasileiro.

Além disso, a discriminação racial também é um obstáculo enfrentado por mulheres negras em tratamento de câncer de mama. Segundo a Sociedade Brasileira de Mastologia, duas em cada 10 mulheres pretas e pardas relatam ter sofrido discriminação racial durante o tratamento, o que impacta negativamente o seu prognóstico.

Diante desse cenário, é urgente promover a igualdade racial no acesso à saúde, garantindo que todas as mulheres, independentemente de sua raça, tenham acesso a diagnósticos e tratamentos de qualidade. A conscientização sobre o impacto do racismo no sistema de saúde e a implementação de políticas públicas que combatam as desigualdades são essenciais para melhorar a qualidade de vida e a sobrevida das mulheres negras com câncer de mama.

É necessário reconhecer que a questão racial no Brasil não se resume à desigualdade, mas sim à iniquidade, um modelo injusto enraizado na sociedade e na cultura. Somente através da equidade e do combate ao racismo estrutural será possível garantir que todas as mulheres tenham acesso igualitário a cuidados de saúde de qualidade.

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