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Delegacia investiga morte de capivaras a tiros em Jacarepaguá: animais estão sendo abatidos para venda em feiras locais.

A Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente da Polícia Civil do Rio de Janeiro está investigando um caso alarmante que vem acontecendo nos últimos 15 dias na região das Lagoas de Jacarepaguá, na zona oeste da cidade. O aparecimento de quatro capivaras mortas a tiros tem levantado suspeitas de que os animais estão sendo abatidos para a venda da carne em feiras locais.

As autoridades estão empenhadas em identificar os responsáveis por esses crimes ambientais. Segundo informações da Secretaria de Estado da Polícia Civil, agentes estão realizando diligências para encontrar os envolvidos nesse ato cruel e ilegal.

O reconhecido biólogo Mário Moscatelli, que atua em projetos ambientais na região, alerta que a situação de caça no sistema lagunar de Jacarepaguá é recorrente. Ele ressalta que, embora haja períodos de aparente calmaria, a prática da caça se intensifica com o tempo. Moscatelli ainda afirma que os animais, após serem baleados, ficam agonizando e morrem de forma lenta e dolorosa.

Além dos impactos negativos para a fauna local, Moscatelli destaca os problemas para a saúde pública decorrentes do consumo da carne desses animais. As capivaras, assim como os jacarés, estão contaminadas por cianotoxinas produzidas por cianobactérias, o que representa um risco grave para quem consome essa carne. O biólogo enfatiza que as toxinas permanecem no organismo humano e podem causar consequências sérias a longo prazo.

Diante dessa situação preocupante, Moscatelli defende a necessidade de uma gestão permanente por parte dos órgãos ambientais. Ele propõe uma ação conjunta entre a Secretaria Municipal de Meio Ambiente, a Secretaria Estadual de Meio Ambiente e a Polícia Militar para garantir a proteção da fauna local e coibir práticas ilegais como a caça e venda de carne de animais silvestres.

Para o biólogo, a preservação da biodiversidade na região das Lagoas de Jacarepaguá é fundamental não apenas para a saúde do ecossistema, mas também como um potencial econômico para o desenvolvimento do ecoturismo na cidade do Rio de Janeiro. Ele ressalta que os animais vivos representam um valor muito maior do que mortos e que é preciso agir com rigor para combater essas práticas criminosas. A polícia também investiga denúncias de abate de jacarés na mesma região, reforçando a urgência de medidas efetivas para proteger a fauna local e punir os responsáveis por esses atos ilegais.

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