Repórter São Paulo – SP – Brasil

Confiança empresarial no Brasil tem queda em setembro, interrompendo sequência de altas, aponta FGV em novo relatório.

O Índice de Confiança Empresarial (ICE) sofreu uma queda de 0,8 ponto em setembro em relação a agosto, chegando a 96,9 pontos, de acordo com informações divulgadas pela Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta terça-feira, 1º de outubro. Essa queda interrompe uma sequência de seis meses de altas, demonstrando que a confiança das empresas no cenário econômico pode estar passando por um período de acomodação e cautela.

O superintendente de Estatísticas Públicas do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV), Aloisio Campelo Junior, destacou que essa acomodação pode estar relacionada ao nível moderado de atividade econômica, refletindo-se em uma percepção mais pessimista sobre a demanda. Além disso, o aumento da taxa de juros em setembro para 10,75%, após um período de estabilidade em 10,50%, também pode ter influenciado as expectativas para os próximos seis meses.

O ICE reúne dados das sondagens da Indústria, Serviços, Comércio e Construção, levando em conta os pesos proporcionais à participação desses setores na economia. Com isso, o índice é utilizado como uma ferramenta para avaliar o ritmo da atividade econômica de forma mais consistente.

Os indicadores que compõem o ICE também apresentaram variações em setembro. O Índice de Situação Atual Empresarial (ISA-E) caiu 0,5 ponto, enquanto o Índice de Expectativas (IE-E) registrou uma queda de 1,0 ponto. Houve redução na percepção da demanda para os próximos três meses e uma piora na tendência dos negócios para os seis meses seguintes.

No entanto, apesar dessas variações negativas, a confiança avançou em 47% dos 49 segmentos analisados no ICE. A coleta de dados para a elaboração do índice foi realizada entre os dias 2 e 24 de setembro, envolvendo 3.732 empresas dos setores pesquisados.

Esses resultados indicam a necessidade de acompanhamento contínuo da situação econômica e empresarial no Brasil, para compreender melhor as tendências e os desafios enfrentados pelas empresas em um cenário de instabilidade.

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