Geovan Oliveira, líder evangélico em Paraisópolis, destaca que a hostilidade e a escalada da violência não são direcionadas apenas contra criminosos, mas sim contra os próprios moradores da comunidade. Ele ressalta que as pessoas estão com receio de realizar atividades cotidianas, como caminhar pelas ruas ou enviar os filhos à padaria. Esse clima de tensão tem levado os moradores a alterarem suas rotinas e se manterem mais em casa, como relata Camila Alves, uma moradora local.
As operações policiais, como a Impacto Paz e Proteção em Paraisópolis, resultaram na apreensão de drogas, armas de fogo e na prisão de criminosos foragidos, segundo a Secretaria da Segurança Pública. No entanto, moradores como William Maciel e Charles Ramos relatam que se sentem inseguros ao sair de casa devido à presença policial na região.
Além disso, a interrupção do baile da DZ7, um evento cultural tradicional na comunidade, causou impactos no comércio local. O presidente de uma ONG destaca que a violência policial tem gerado medo entre os moradores, levando a alterações na entrega de doações e na rotina dos comerciantes.
Diante das denúncias de abusos policiais, foi criado o comitê de crise Paraisópolis Exige Respeito, que busca coletar informações e encaminhar um dossiê às autoridades competentes. O Condepe, órgão ligado à defesa dos direitos humanos, alerta para o aumento da pressão policial na comunidade, especialmente em períodos eleitorais.
Questionada sobre o protocolo de abordagem adotado nas operações, a Secretaria da Gestão Tarcísio de Freitas afirmou que a Polícia Militar segue rígidos protocolos operacionais e que todas as denúncias são apuradas e punidas, caso confirmadas. No entanto, as críticas à atuação policial em Paraisópolis continuam, com a comunidade exigindo mais respeito e segurança em suas interações com as autoridades.