A celebração dos 20 anos do festival traz uma série de marcos históricos e atuais do Brasil, incluindo os 60 anos do golpe militar no país. Um dos destaques é a exibição do curta “Malunga”, dirigido por Gal Souza, que narra a emocionante trajetória de Thereza Santos, uma ativista perseguida durante o regime militar brasileiro. Além disso, o documentário “A Flecha e a Farda”, de Miguel Antunes, lança nova luz sobre a Guarda Rural Indígena (GRI), uma milícia formada durante a ditadura e as consequências deixadas para os povos indígenas no Brasil.
Entre os filmes inéditos a serem mostrados na França, destaca-se “A Queda do Céu”, dos diretores Eryk Rocha e Gabriela Carneiro da Cunha, que aborda a luta dos Yanomami contra a destruição da floresta amazônica e a violência enfrentada pelos indígenas no dia a dia. Além disso, o festival destaca os 40 anos do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) com o documentário “Aucun Homme N’est Né Pour Être Pisoteado”, que traça um paralelo entre Lampião e as lutas contemporâneas pela terra, como as do MST.
Temáticas atuais e relevantes, como o direito ao aborto e a luta das mulheres pelos seus corpos, serão abordadas em obras como “Incompatível com a Vida”, de Eliza Capai. O festival ainda promete explorar questões como cinema negro contemporâneo, maternidade LGBTQIA+, violência policial e urbanização das cidades brasileiras, oferecendo aos franceses uma visão crítica e enriquecedora sobre as transformações em curso no Brasil.
Além das exibições, o Brésil en Mouvements contará com a presença de renomados cineastas como Marcelo Gomes, Ernesto de Carvalho e Sandra Kogut, que participarão de debates e enriquecerão o evento com suas reflexões. A interação entre acadêmicos, jornalistas, pesquisadores e ativistas brasileiros e franceses promete criar um ambiente de discussão rico e informativo sobre a realidade brasileira e suas representações artísticas.