No entanto, apesar do grande número de instituições, o ensino superior no Brasil ainda não atende a demanda necessária. Apenas 18% dos jovens entre 18 e 24 anos estão matriculados no ensino superior, muito abaixo da meta estabelecida pelo Plano Nacional de Educação. Além disso, as taxas de evasão são preocupantes, com 56% dos alunos das instituições privadas e 39% dos alunos das instituições públicas não concluindo seus cursos.
O governo federal investe aproximadamente R$ 150 bilhões por ano em educação, sendo que 27% deste valor é destinado para o ensino superior. Apesar disso, as inovações mais significativas vêm das instituições privadas, com exemplos como os cursos de engenharia do Insper e do Inteli, em São Paulo, e os programas de graduação de organizações sociais como o Impa Tech, no Rio de Janeiro, e a Ilum Escola de Ciência, em Campinas.
Infelizmente, as universidades brasileiras não têm um bom desempenho nos rankings internacionais, com a USP sendo a melhor colocada, porém ainda fora do top 200. A falta de recursos, obras inconclusas e instalações precárias afetam o funcionamento das instituições, com exceção das universidades estaduais paulistas que possuem um sistema eficiente de alocação de recursos.
Uma possível solução apontada por membros da Academia Brasileira de Ciências seria a criação de um grupo menor de universidades de pesquisa públicas federais, com apoio e recursos adequados, enquanto as demais se tornariam instituições dedicadas ao ensino superior. Essas instituições precisariam garantir alta qualidade docente, instalações físicas adequadas, contratação de docentes com experiência profissional, autonomia de gestão, e oferta de cursos de acordo com a demanda da sociedade.
É fundamental promover reformas profundas no ensino superior público para atender às demandas da sociedade brasileira e garantir a qualidade e excelência necessárias para o desenvolvimento do país. A educação superior é essencial para a formação de cidadãos, a mobilidade social e o aumento da produtividade, e deve ser tratada como uma prioridade nacional.