Santino Cirandeiro: a trajetória do mestre da cultura popular pernambucana que encantou o Brasil e o mundo

O mestre cirandeiro Santino Justino de Souza, conhecido como “passarinho cantador”, deixou um legado intenso na música popular pernambucana. Mesmo sem escolaridade formal, Santino era visto frequentemente com um caderninho, onde anotava suas mais de cem cirandas ao longo da vida. Nascido em Macaparana, em 1940, o artista trabalhou nos engenhos de cana-de-açúcar da região antes de se tornar tratorista.

Santino percorreu várias cidades brasileiras e até mesmo países como Inglaterra, França e Itália, difundindo a cultura da ciranda. Sua carreira musical incluiu a gravação de quatro álbuns, sendo os dois primeiros de forma caseira e os seguintes em estúdio, com destaque para os álbuns “Flor de Laranjeira” e “Santino Cirandeiro e Encontro de Gerações”.

Além de sua contribuição musical, Santino foi um dos fundadores da Associação Coletivo de Cirandas de Pernambuco, em 2019. Reconhecido por seu talento, recebeu o prêmio Ariano Suassuna do governo pernambucano e o título de mestre da cultura popular pelo Prêmio Sérgio Mamberti do governo federal.

O produtor cultural Sérgio Melo ressaltou a importância de Santino para a nova geração de cirandeiros, destacando sua pacatez e dedicação em transmitir conhecimento aos jovens. O cirandeiro, que era viúvo e deixou duas filhas e uma neta, faleceu aos 83 anos em decorrência de complicações de saúde causadas por diabetes, deixando um vazio na cena musical da zona da mata pernambucana.

Santino Justino de Souza será lembrado não apenas por sua música, mas também por sua generosidade e amor à terra, cultivando alimentos em seu quintal e presenteando amigos com suas colheitas. Sua falta será sentida não apenas no cenário artístico, mas na vida da comunidade onde dedicou sua vida à ciranda e à cultura popular pernambucana.

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