Pressão aumenta na COP29 da ONU para destravar o financiamento climático e definir nova meta quantificada.

A Conferência sobre o Clima da ONU, COP29, está prestes a iniciar e traz consigo a pressão para resolver um problema histórico nas negociações: o financiamento climático. O evento que acontecerá na cidade de Baku, capital do Azerbaijão, terá como principal meta destravar o financiamento e discutir a nova meta de investimento e como será calculada.

Yalchin Rafiyev, negociador-chefe da COP29, ressalta a importância do engajamento político para decidir sobre valores bilionários e trilionários que serão necessários para enfrentar as mudanças climáticas. A discussão gira em torno da nova meta coletiva e quantificada, conhecida como NCQG, estabelecida pelo Acordo de Paris.

Segundo informações da OCDE, a meta de US$ 100 bilhões anuais para financiamento climático só foi cumprida em 2022, com dois anos de atraso. A expectativa da COP29 é não apenas estabelecer uma nova meta, mas garantir sua efetivação. Rafiyev destaca que a definição da NCQG traz vários elementos a serem considerados, como o valor, quem irá pagar, quem se beneficiará, o prazo para arrecadação, entre outros.

No entanto, surgem dúvidas sobre como o valor será contabilizado, incluindo se serão consideradas apenas doações dos países ou se também serão somados valores de fundos privados, linhas de crédito e investimentos nacionais. Além disso, questões sobre a retroatividade da meta, a contribuição de cada país e quem terá acesso ao dinheiro precisam ser discutidas.

A definição de uma meta que atenda ao desafio socioambiental, juntamente com esses detalhes, é crucial para o sucesso da NCQG. No entanto, impasses políticos devido a eleições em países-chave, como os Estados Unidos, podem impactar as negociações. Apesar disso, Rafiyev mantém a confiança no comprometimento dos americanos para com o acordo global de financiamento climático.

A escolha do Azerbaijão para sediar a COP29 gerou críticas devido à sua produção de petróleo, porém os diplomatas argumentam que é possível conciliar a exploração de combustíveis fósseis com a promoção de eventos climáticos. O país lançou um fundo especial para produtores de óleo, visando usar a renda do petróleo e do gás para financiar a transição energética.

Em meio a essas discussões, a expectativa está voltada para a COP29 e as decisões que serão tomadas em relação ao financiamento climático, visando um futuro mais sustentável e resiliente diante dos desafios climáticos globais.

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