Herbert Kickl, líder do FPÖ, comemorou o resultado dizendo que os eleitores exerceram sua autoridade e destacou a importância de reconectar o governo às necessidades da população. No entanto, a formação de um governo liderado por Kickl não é uma certeza, uma vez que outros partidos descartaram a possibilidade de formar uma coalizão com a extrema-direita. O atual chanceler, Karl Nehammer, reconheceu a derrota e mencionou a impossibilidade de formar um governo com alguém que adora teorias da conspiração.
A ascensão do FPÖ reflete uma tendência crescente na Europa, onde partidos de extrema-direita têm ganhado força em diversas eleições. A retórica anti-imigração, a segurança doméstica e o aumento do custo de vida foram temas centrais da campanha eleitoral na Áustria. Além disso, a questão da dependência do gás russo e a crise econômica também influenciaram o resultado das eleições.
A possível formação de um governo liderado pelo FPÖ tem gerado preocupações, tanto a nível nacional quanto na União Europeia. A postura eurocética, a oposição às sanções contra a Rússia e as políticas restritivas em relação à imigração são alguns dos aspectos que têm levantado questionamentos sobre o futuro do país.
Diante desse cenário, a Áustria enfrenta desafios políticos e econômicos significativos, independentemente dos partidos que formarem uma coalizão. A questão energética, em especial a dependência do gás russo, emerge como um ponto crucial para o país diante das metas estipuladas pela União Europeia de reduzir a influência energética da Rússia até 2027.
Nesse contexto, a vitória do FPÖ representa não apenas uma mudança política na Áustria, mas também reflete um movimento mais amplo de ascensão dos partidos de extrema-direita na Europa. A forma como o novo governo lidará com essas questões e as relações com outros países europeus certamente terá repercussões importantes no futuro do país e da região.