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Desmatamento na Mata Atlântica ameaça aves insetívoras, aponta estudo da UFSCar e Unesp financiado pela Fapesp

Pesquisa revela que a perda de cobertura florestal na Mata Atlântica ameaça a diversidade funcional das aves insetívoras nesse bioma. Um estudo recente, publicado na revista Environmental Conservation, aponta que a fragmentação da floresta devido à exploração econômica e ao desmatamento ao longo de cinco séculos tem impactos profundos na biodiversidade e nas funções ecológicas das aves.

Realizado por pesquisadores da UFSCar e da Unesp, com apoio da Fapesp, o estudo investigou o corredor ecológico da região Cantareira-Mantiqueira, abordando a importância da conectividade entre fragmentos florestais na preservação da diversidade funcional das aves. A área de estudo cobre aproximadamente 700 mil hectares e abriga mosaicos paisagísticos com diferentes usos da terra, como pastagens, agricultura em pequena escala e áreas urbanas.

Os resultados indicam que áreas com maior cobertura florestal apresentam maior diversidade funcional de aves insetívoras, enquanto locais com menor cobertura florestal têm sua resiliência ecossistêmica comprometida. O biólogo Enzo Coletti Manzoli, responsável pelo estudo, destaca a importância das áreas de matas secundárias na manutenção da biodiversidade, apesar de não serem equivalentes às florestas primárias.

A perda de diversidade funcional das aves insetívoras devido à fragmentação e ao desmatamento tem impactos não apenas na biodiversidade, mas também na prestação de serviços ecossistêmicos essenciais, como o controle de pragas. A pesquisa aponta a necessidade de integrar a conservação da biodiversidade com práticas de uso sustentável da terra, visando mitigar os impactos negativos sobre as aves e os ecossistemas.

Os próximos passos do estudo incluem avaliar os impactos econômicos da perda de diversidade funcional e dos serviços ecossistêmicos prestados pelas aves, além de investigar os efeitos nas funções ecológicas dos fragmentos florestais. A pesquisa ressalta a importância de políticas de conservação que promovam a restauração e a conectividade dos ecossistemas, visando garantir a preservação da biodiversidade e a sustentabilidade ambiental.

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