Com 750 quilômetros de extensão, o rio Atrato é vital para uma região historicamente marginalizada, predominantemente habitada por afrodescendentes, que enfrentam o garimpo ilegal, o conflito armado e a pobreza. Suas águas, que costumavam ser fonte de frescor, agora são contaminadas com mercúrio usado no garimpo de ouro.
A sentença que conferiu direitos ao rio designou 14 guardiões como seus representantes legais, mas a implementação das medidas protetivas avança lentamente devido à falta de interesse do Estado, corrupção e diversos entraves burocráticos.
Além dos impactos ambientais, o garimpo ilegal é extremamente perigoso para os defensores do meio ambiente na região, considerada a mais perigosa do mundo para esses ativistas. A contaminação por mercúrio afeta diretamente os ribeirinhos, colocando em risco a saúde das comunidades locais.
Os esforços para conter o garimpo ilegal têm sido realizados pelas autoridades, com a destruição de 334 máquinas em 2024. No entanto, a falta de fiscalização efetiva e a presença de grupos armados continuam representando uma ameaça à preservação do rio Atrato.
Enquanto isso, a população local sofre com os impactos da contaminação, especialmente em relação ao consumo de peixes contaminados por mercúrio. A mineradora canadense El Roble também é alvo de críticas, mesmo atuando legalmente, em meio a questionamentos sobre suas práticas de exploração na região.
Apesar dos desafios, a luta pela preservação do rio Atrato continua, com a esperança de que ele volte a ser um símbolo de proteção ambiental e sustentabilidade na região. A comunidade local, representada pelos guardiões do rio, mantém viva a esperança de um Atrato limpo e saudável, fundamental para a sua existência e sustento.