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Confronto entre garimpeiros e fiscalização termina com cinco mortos em Terra Indígena Sararé no Mato Grosso

No último sábado (28), um confronto entre garimpeiros e servidores do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) e da PRF (Polícia Rodoviária Federal) na Terra Indígena (TI) Sararé, localizada no Mato Grosso, resultou em cinco mortes. As equipes de fiscalização foram atacadas a tiros durante uma operação de combate ao garimpo ilegal que teve início na segunda-feira anterior.

De acordo com informações oficiais, os criminosos estavam armados com um fuzil 556, uma submetralhadora, uma espingarda calibre 12, duas pistolas e um revólver, além de munições e outros equipamentos. Durante a ação, foram apreendidas 30 escavadeiras, 22 caminhonetes, dois caminhões, uma pá-carregadeira, seis motocicletas, 25 acampamentos e 5.000 litros de combustível, além de motores e equipamentos diversos.

A área, que possui 67 mil hectares e abriga cerca de 250 indígenas nambikwara, foi homologada em 1985 e vem sofrendo constantes invasões de garimpeiros. O Greenpeace divulgou um levantamento que aponta um recorde de alertas de garimpo na TI Sararé em 2024, com 570 hectares de desmatamento associados à mineração identificados pelo Inpe.

Além do impacto ambiental, a presença das atividades ilegais tem gerado violência. Segundo relatos de lideranças indígenas, facções criminosas regionais, ligadas ao Comando Vermelho, atuam nos garimpos abertos ao longo do limite oeste do território. Confrontos entre os próprios garimpeiros foram registrados, resultando em mais mortes e feridos.

A pressão pela exploração ilegal de recursos naturais em territórios indígenas tem gerado um cenário de conflito e violência, impactando não apenas o meio ambiente, mas a vida e segurança das comunidades locais. O enfrentamento entre as autoridades e garimpeiros evidencia a urgência de medidas efetivas para coibir práticas ilegais e proteger áreas sensíveis e populações vulneráveis.

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