Martins, em entrevista exclusiva à reportagem, mostrou surpresa com a soltura de Meira, afirmando que estava alheio a essa informação até ser contatado pelo veículo de comunicação. O engenheiro recordou os momentos de terror vividos no cinema do Morumbi Shopping em 1999, quando foi atingido por dois tiros que o deixaram com sequelas permanentes.
Apesar das marcas físicas e emocionais deixadas pelo ocorrido, Martins ressaltou que enxerga aspectos positivos decorrentes desse episódio trágico. Ele destacou a superação ao ter filhos gêmeos após um tratamento de fertilização, enaltecendo a criação dos adolescentes como um fruto das adversidades enfrentadas.
Sobre a decisão de liberar Meira, a Justiça considerou questões de políticas públicas e de saúde mental, determinando medidas restritivas para o ex-detento. Entre elas estão a necessidade de seguir tratamento médico e psicológico, manter bom relacionamento social e familiar, além de respeitar regras de recolhimento domiciliar e proibição de porte de armas e consumo de substâncias ilícitas.
O desfecho desse caso trágico, que marcou a história da violência urbana no Brasil, reflete a complexidade do sistema penal e a importância de se debater questões como reabilitação, reintegração social e a garantia dos direitos das vítimas. A liberdade de Mateus da Costa Meira abre novas discussões sobre segurança pública e justiça criminal no país, colocando em pauta a necessidade de políticas mais eficazes de prevenção e acompanhamento de casos envolvendo transtornos mentais e violência.