De acordo com a IFI, a dívida do governo atingiu R$ 8,8 trilhões em julho, conforme dados do Banco Central. A Presidência da República estima que a dívida encerre o ano de 2024 em 76,6%, abaixo dos 80% previstos pela IFI. No entanto, a trajetória de crescimento da dívida bruta desde 2014 representa um desafio para a saúde fiscal e orçamentária do país.
O relatório da IFI ressalta que o controle da dívida depende da capacidade da União em arrecadar mais do que gastar, gerando um superávit primário. No entanto, o aumento da taxa básica de juros, que atingiu 10,75% em setembro, tende a encarecer os financiamentos do governo, dificultando a gestão dos gastos e receitas. O crescimento insustentável da dívida pode comprometer o espaço fiscal do país, aumentando o risco de uma crise de confiança ou a necessidade de ajustes fiscais mais severos.
Além disso, a IFI revisou para cima a projeção de crescimento do PIB para 2024, estimando um aumento de 2,8%, em comparação com os 2% anteriormente previstos. No entanto, o impacto positivo desse crescimento na relação dívida/PIB é limitado, conforme apontado no relatório.
Diante do cenário, a IFI alerta que a meta de déficit zero prevista na Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2025 não será alcançada sem medidas adicionais. A falta de cumprimento da meta e o otimismo nas projeções fiscais levantam questionamentos sobre a sustentabilidade da dívida pública, com a IFI destacando que a retirada de políticas públicas do Orçamento e a subestimação de despesas contribuem para a perda de credibilidade do arcabouço fiscal do país.