Nascida em 1927 na capital paulista, Tia Lenita foi a primeira editora da Folhinha, suplemento infantil da Folha de S.Paulo, cargo que ocupou por 13 anos. Sua atuação foi marcada pela criação de um novo estilo de jornalismo especializado, retratando a infância de sua época e divulgando a visão pedagógica das décadas de 1960 e 1970. Além disso, a jornalista também fundou a Folha Feminina e foi colunista do jornal Folha da Tarde por duas décadas.
Com um talento multifacetado, Tia Lenita envolveu-se em diversas atividades, desde escrever contos até se especializar em crítica de música, com destaque para o jazz. Realizou importantes entrevistas internacionais e chegou a estagiar na renomada Escola de Música Juilliard, em Nova York, a convite do governo americano.
Seu compromisso com o público infantil era evidente em todas as suas ações. Ela criou a “Turma da Mônica” nos anos 1960, lançando um marco na literatura infantojuvenil brasileira. Além disso, foi uma das precursoras em colocar a criança como protagonista das notícias e inaugurou a produção de reportagens realizadas por crianças colaboradoras da Folhinha.
Ao longo de sua carreira, Tia Lenita enfrentou desafios, como a perseguição da ditadura militar no Brasil. Sua luta pela liberdade de expressão e seus ideais foram visíveis em seus escritos e entrevistas. Mesmo diante das adversidades, a jornalista continuou a produzir, deixando obras inéditas que a família busca publicar.
No cenário jornalístico e artístico, Helena Miranda de Figueiredo deixa um vazio irreparável, porém, seu legado continuará a inspirar gerações futuras e marcar sua presença na história do Brasil.
