Geólogo brasileiro, fascinado pela Amazônia, morre vítima de complicações da Covid longa aos 70 anos.

O renomado geólogo Helio Shimada, aos 27 anos, teve sua primeira experiência na Amazônia, região que o fascinou e o acompanhou por mais de uma década. Trabalhando para mineradoras, o paulista nascido em Diadema, filho de japoneses, enfrentou desafios e perigos nesse ambiente hostil, como acampar em áreas isoladas, fugir de garimpeiros armados e presenciar um colega ferido por uma flecha indígena.

Shimada dedicou-se à prospecção mineral, realizando viagens em aviões monomotores em condições precárias, pousando em pistas de terra “no braço” e trabalhando debaixo do sol por longas horas. Sua vida na selva era marcada por aventuras perigosas, como a proteção armada da equipe contra garimpeiros, como mostra uma foto de 1977 em Riozinho das Arraias.

Apesar de ter cogitado seguir a carreira acadêmica, Shimada optou pela geologia, formando-se na Universidade de São Paulo e aprimorando seus conhecimentos em exploração mineral na França e Bolívia. Posteriormente, fez estágio no Japão, onde estudou a formação de minérios em áreas vulcânicas e especializou-se em espeleologia, o estudo de cavernas naturais.

Além de suas grandes conquistas profissionais, Shimada destacava-se por sua sorte na vida, mencionando que sua mãe deixou Hiroshima pouco tempo antes da bomba atômica atingir a cidade. Nos últimos anos, ele trocou as viagens pelo esporte, praticando alpinismo, corridas de maratona e paraquedismo.

O geólogo veio a falecer em 27 de agosto em decorrência de complicações da Covid longa, deixando uma irmã, três sobrinhos, sua companheira Sendy e uma enteada. Seu legado na geologia e nas aventuras pela vida ficarão marcados na história, sendo lembrado como um profissional dedicado e um aventureiro destemido.

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