Atirador do Shopping Morumbi, em SP, deixa prisão após 25 anos por medida de segurança: entenda o caso e as condições de liberdade.

Após 25 anos de internação por uma medida de segurança, o homem responsável por um dos mais chocantes crimes ocorridos em São Paulo está em liberdade. Mateus da Costa Meira, que assassinou três pessoas e feriu outras quatro com uma submetralhadora no cinema do Morumbi Shopping, deixou a prisão na última semana por decisão da Justiça.

O crime ocorreu no dia 3 de novembro de 1999 durante a exibição do filme “Clube da Luta”. Meira, na época um estudante de medicina de 24 anos, entrou no cinema com uma sacola contendo a arma e disparou diversos tiros contra os espectadores. Logo após o ataque, o atirador foi detido por seguranças e levado às autoridades policiais.

Julgado em 2004, Meira foi condenado a 120 anos e seis meses de prisão, pena que foi reduzida para 48 anos e nove meses em uma revisão posterior. No entanto, devido a problemas neurológicos que o tornam inimputável, o assassino recebeu uma medida de segurança em vez de uma pena, sendo internado compulsoriamente por um período indeterminado.

Thiago Bottino, especialista em direito penal, explica que a medida de segurança é aplicada a indivíduos que cometeram crimes, mas que não podem ser presos devido a condições clínicas especificas. Após avaliações médicas que atestaram a redução da periculosidade de Meira, a Justiça determinou sua desinternação com algumas condições, como seguir tratamento médico regularmente e manter bom relacionamento com a sociedade.

A decisão de liberar Meira gerou controvérsias e questionamentos sobre a eficácia do sistema penal brasileiro. O advogado responsável pela defesa do ex-detento, Vivaldo Amaral, se recusou a comentar sobre a libertação de seu cliente. O caso, que chocou o país há mais de duas décadas, reacende debates sobre a segurança e tratamento de indivíduos com distúrbios mentais que cometem crimes violentos.

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