A gamificação das eleições: a ascensão de Pablo Marçal e a transformação da política em reality show

As eleições municipais estão sendo acompanhadas por uma parcela da sociedade como se fossem a segunda temporada de uma série de TV. A gamificação das eleições, técnica utilizada em diversos setores como educação, empresas e marketing, está cada vez mais presente no cenário político, tornando a disputa eleitoral um espetáculo repleto de desafios e competições para atrair a atenção do público.

Um exemplo disso é o empresário Pablo Marçal, que transformou sua participação na política em uma série de eventos espetaculares, gerando grande visibilidade e envolvimento do público. Sua abordagem, que inclui escaladas de agressões verbais e físicas, em meio a debates eleitorais e interações com outros candidatos, transformou a política em um verdadeiro reality show.

O interesse da sociedade por esse entretenimento eleitoral tem crescido, muitas vezes em detrimento do debate de propostas e questões políticas. Marçal se tornou mais uma celebridade do que um político, com seu estilo que mistura elementos da masculinidade viril e do evangelismo da prosperidade para se destacar no jogo político.

A gamificação das eleições promovida por Marçal desafia as instituições democráticas e enfraquece os pilares da vida pública. A linha tênue entre a verdade e a desinformação, a valorização da violência e a banalização das eleições são questões urgentes que as instituições democráticas precisam enfrentar.

Diante desse cenário, é necessário refletir sobre como as transformações econômicas e sociais do capitalismo global influenciam a gamificação da política e como as instituições democráticas podem se preparar para lidar com essa realidade. A sociedade precisa repensar sua relação com a política, a democracia e a busca pela verdade dos fatos, a fim de evitar uma banalização cada vez maior das eleições e garantir a integridade do sistema democrático.

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