Segundo Marcondes, a tonalidade avermelhada na água é um indicativo de alta concentração de algas, que crescem em ambientes com grande quantidade de matéria orgânica proveniente de esgotos. Diante dessa constatação, a pesquisadora planeja uma investigação mais aprofundada e coletará amostras no local nesta sexta-feira (27/09) para identificar a presença de outros poluentes na água.
José Soares da Silva expressou sua preocupação com o estado dos mananciais e a falta de atenção da Sabesp, empresa responsável pelo abastecimento de água na região. Segundo ele, a água avermelhada deságua no Braço do Rio Grande, em São Bernardo, o que também afeta o abastecimento de Rio Grande da Serra. O ambientalista alertou para a necessidade dos municípios próximos aos rios e à represa se preocuparem com o despejo clandestino de esgotos nos mananciais.
A bióloga da USCS ressaltou que, devido à estiagem, o nível dos rios baixou, concentrando ainda mais a poluição e favorecendo a proliferação de algas. Ela enfatizou a importância da fiscalização dos esgotos lançados na represa e nos rios que a alimentam, bem como da chegada da chuva para elevar o nível da represa e diluir a poluição.
Em resposta, a Sabesp afirmou que não há problemas na captação de água no Ribeirão da Estiva e que a água está sendo monitorada em conformidade com os parâmetros de qualidade estabelecidos pelo Ministério da Saúde. No entanto, Marta Marcondes criticou a falta de preocupação da companhia com a totalidade do manancial, alertando para os impactos negativos que a poluição pode causar ao longo do curso do Rio Grande e na Represa Billings.
Diante do cenário preocupante, torna-se evidente a urgência de ações mais efetivas por parte das autoridades locais e das empresas responsáveis pelo abastecimento de água, a fim de preservar a qualidade dos recursos hídricos e garantir a segurança dos milhões de habitantes beneficiados pelo sistema de captação da Represa Billings.