Um dos locais que chamou a atenção dos fiscais foi o IML de São Bernardo, onde foram encontradas infiltrações e parte do forro do prédio já havia desabado. Além disso, em outras regiões do Estado foram identificados problemas de infiltração, instalações inadequadas para acolhimento e para o depoimento das mulheres vítimas nas delegacias, materiais estocados de maneira inadequada e até extintores vencidos.
O Presidente do Tribunal de Contas, Conselheiro Renato Martins Costa, destacou a importância da fiscalização realizada e ressaltou que o objetivo era diagnosticar a qualidade dos serviços de atendimento prestados às mulheres em situação de violência. Costa enfatizou o papel do controle social por parte das comunidades locais para pressionar as autoridades a tomarem as medidas corretivas necessárias.
O TCESP divulgou um relatório preliminar com os resultados da fiscalização, e ao longo da semana será elaborado um documento definitivo que será encaminhado às autoridades competentes para que sejam tomadas as providências cabíveis. Para a ex-Secretária de Políticas para as Mulheres de Santo André, Silmara Conchão, a situação encontrada na fiscalização reflete o descaso do governo paulista com a mulher vítima de violência.
Em resposta, a Secretaria de Segurança Pública afirmou que está trabalhando para atender às recomendações do Tribunal de Contas e melhorar as estruturas e serviços das delegacias especializadas no atendimento à mulher. No entanto, ainda não houve um posicionamento específico sobre as irregularidades encontradas no IML de São Bernardo. A luta por um atendimento digno e humanizado às mulheres vítimas de violência continua sendo um desafio a ser superado no Estado de São Paulo.