Propostas eleitorais para pessoas com deficiência: pacotes de bondades antiquados e descolados da realidade, revela análise crítica.

Nas eleições deste ano, as propostas para pessoas com deficiência apresentadas nos programas eleitorais são dignas de análise. Com exceções pontuais, as ideias parecem ter saído diretamente do século passado, carregadas de capacitismo, assistencialismo e apelos pouco coletivos. Em meio a isso, chama a atenção o tom infantilizado utilizado por alguns candidatos ao abordar questões relacionadas a condições físicas, sensoriais e intelectuais diversas.

Algumas promessas soam mais como ações isoladas em benefício próprio do que medidas concretas para beneficiar toda a comunidade. Candidatos que propagam a busca por soluções apenas para si próprios ou para grupos específicos também não são raros. A falta de um discurso voltado para a coletividade acaba perpetuando velhos pensamentos e não contribui para uma real inclusão das pessoas com deficiência na sociedade.

A apropriação de candidaturas individuais ou coletivas de pessoas com deficiência por parte de políticos também é uma realidade presente nessas eleições. Muitos postulantes parecem aproveitar a diversidade como um artifício para conquistar eleitores, sem aprofundar as políticas públicas necessárias para garantir o acesso ao trabalho, à cidadania e aos meios sociais para esse público.

É fundamental que as candidaturas reflitam a diversidade existente na sociedade, mas também é importante ressaltar que as condições não determinam o caráter, a capacidade ou o preparo político de um candidato. Para que a participação das pessoas com deficiência seja efetiva, é necessário que elas estejam no centro das discussões políticas, na elaboração dos planos de governo e na composição dos órgãos de governo.

Em meio a tantas promessas e propostas vazias, é essencial que as questões relacionadas às pessoas com deficiência sejam tratadas com seriedade e comprometimento, visando de fato a inclusão e a melhoria da qualidade de vida desse público tão vulnerável. A verdadeira mudança só será alcançada quando as políticas públicas refletirem uma preocupação genuína com a diversidade e a inclusão.

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