Essas projeções demográficas indicam fortes mudanças no perfil do Brasil, incluindo a redução da fecundidade e um maior envelhecimento da população. O país como um todo deve ter uma diminuição de aproximadamente 6,3% em sua população, passando de 212,6 milhões em 2024 para 199,2 milhões em 2070. Esse declínio absoluto corresponde a 13,4 milhões de pessoas, uma quantidade superior à população atual da cidade de São Paulo, que é de 11,9 milhões de habitantes.
Segundo a demógrafa Izabel Marri, do IBGE, a redução populacional prevista para o Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro está relacionada ao envelhecimento da população desses estados, o que aumenta o número de óbitos. Além disso, a diminuição do número de mulheres em idade reprodutiva contribui para uma queda expressiva no número de nascimentos, com projeções de redução de até 46,6% no Rio Grande do Sul e 38,4% no Rio de Janeiro, de 2024 a 2070.
Por outro lado, estados como Roraima, Mato Grosso e Santa Catarina devem apresentar um aumento populacional considerável nesse mesmo período. Roraima, por exemplo, tende a registrar um crescimento de quase 50%, influenciado pela migração internacional, enquanto Mato Grosso e Santa Catarina terão crescimentos impulsionados pela migração interna e pelo desempenho positivo de setores econômicos locais.
Essas mudanças demográficas terão impactos significativos na Previdência, na economia e no mercado de trabalho do país, exigindo adaptações e novas estratégias para lidar com um cenário de envelhecimento populacional e redução da taxa de natalidade. A produtividade da mão de obra e a entrada de mais mulheres no mercado de trabalho são apontadas como possíveis soluções para mitigar esses impactos e impulsionar o desenvolvimento socioeconômico diante dessas transformações demográficas.