Repórter São Paulo – SP – Brasil

Mudança na legislação das “saidinhas” de presos gera polêmica e instabilidade no sistema prisional, avalia sociólogo.

Recente mudança na legislação referente ao direito às saídas temporárias de presos em regime semiaberto, conhecidas como “saidinhas”, tem se tornado uma questão de destaque para os governos, especialmente no que diz respeito à segurança pública. A alteração na Lei de Execução Penal, promovida pelo rápido debate do PL 14.843/2024, tem gerado polêmica e críticas, sendo considerada por alguns como um retrocesso significativo.

Aprovada no primeiro semestre, a mudança na legislação tem enfrentado contestações no Judiciário e aguarda uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) em relação à proibição do benefício para fins que não sejam para estudar. Como parte dessa reforma, houve também modificações na forma como acontece a progressão de penas, o que tem sido apontado como o ponto mais problemático por especialistas como o sociólogo Benedito Mariano.

Mariano critica a falta de preparo do sistema prisional para lidar com essa mudança e o potencial de caos que ela pode gerar, além de ressaltar que a segurança pública não será beneficiada com tais medidas. Ele alerta para a superlotação e deficiência de profissionais qualificados no sistema, destacando a necessidade de um diálogo mais aprofundado sobre a Lei de Execução Penal e a reintegração do preso na sociedade.

O sociólogo também aponta para a falta de informação correta sobre o benefício das saídas temporárias, que não se aplicam a todos os presos e não têm impacto significativo na segurança pública. Ele expressa preocupação com a instabilidade que essa mudança pode causar nas prisões, especialmente considerando o cenário atual.

Desde a última sexta-feira, a imprensa tem noticiado casos de detentos beneficiados pelas saidinhas temporárias que foram presos em situações irregulares, com destaque para o estado de São Paulo. A Secretaria Estadual de Segurança Pública divulgou dados sobre as prisões de beneficiários das saídas, ressaltando a cooperação com o Tribunal de Justiça para monitorar o cumprimento das regras estabelecidas.

Diante desse cenário, a discussão sobre as saídas temporárias de presos em regime semiaberto continua sendo um tema de grande relevância e controvérsia para a sociedade e as autoridades responsáveis pela segurança e execução penal.

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