Segundo o BC, o estudo enfrentou desafios devido à dificuldade de identificar corretamente as empresas que atuam nesse segmento. Muitas delas operam sob nomes diferentes dos divulgados na mídia e não estão classificadas corretamente no setor econômico apropriado. Isso tornou a análise mais complexa.
Em uma comparação entre apostas online e loterias, o Banco Central apresentou os valores arrecadados em agosto de 2024. As loterias arrecadaram em média R$ 1,9 bilhão por mês, enquanto as empresas de apostas registraram uma média mensal de R$ 300 milhões.
O estudo também revelou que empresas de jogos de azar e apostas que não se identificam corretamente registraram um total de R$ 20,8 bilhões em transferências recebidas em agosto. Essas transferências variaram entre R$ 18 bilhões e R$ 21 bilhões ao longo do ano.
Quanto ao perfil dos apostadores, estima-se que cerca de 24 milhões de pessoas físicas participaram de jogos de azar e apostas, com a maioria na faixa etária entre 20 e 30 anos. O valor médio mensal das transferências aumenta de acordo com a idade, sendo de R$ 100 para os mais jovens e ultrapassando R$ 3 mil para os mais velhos.
Além disso, 5 milhões de pessoas beneficiárias do Bolsa Família enviaram R$ 3 bilhões às empresas de apostas via Pix em agosto, com uma média de gastos de R$ 100 por pessoa. O estudo aponta que 17% dos cadastrados no programa realizaram apostas, destacando que as famílias de baixa renda são mais prejudicadas por essa atividade.
O Banco Central ressaltou a necessidade de mais dados e tempo para avaliar as implicações do mercado de apostas online na economia e no bem-estar financeiro da população. A pesquisa mostrou que essa atividade pode trazer desafios significativos, principalmente para famílias vulneráveis financeiramente.
Em meio a essas revelações, o BC reforça a importância de monitorar de perto o setor de apostas online e suas repercussões, a fim de garantir a estabilidade financeira e o bem-estar da população brasileira.