Copom reconhece inflação acima da meta e projeta IPCA em 3,5% até março de 2026, segundo ata do Banco Central.

Na última terça-feira, o Comitê de Política Monetária (Copom) divulgou a ata de sua última reunião, na qual reconheceu que, apesar de esperar uma trajetória de desinflação, suas projeções indicam que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) permanecerá acima da meta de 3% ao longo do horizonte relevante. Segundo o documento, o IPCA deve alcançar 3,5% no acumulado de 12 meses até março de 2026, levando em consideração a trajetória de juros e a taxa de câmbio no cenário de referência.

Além disso, o Copom avaliou o cenário externo como desafiador, porém mais benigno em comparação com a reunião anterior, realizada em julho. Os membros do comitê destacaram a incerteza em relação à economia americana, mas apontaram que o cenário-base indica uma desaceleração gradual e ordenada da economia dos Estados Unidos.

A discussão sobre o cenário externo também abordou a desaceleração da China e as variações dos preços das commodities. Segundo a ata, o processo de desinflação tem avançado em diversos países, mas ainda existem desafios para que as inflações retornem às metas estabelecidas. O documento ressalta que, após um choque inflacionário global, os bancos centrais têm adotado respostas mais individualizadas, levando a uma menor correlação dos ciclos de política monetária entre os países.

Portanto, a ata da última reunião do Copom revela uma preocupação com a evolução da inflação no Brasil, mesmo diante de uma perspectiva de desaceleração dos índices. O cenário externo continua sendo monitorado de perto, especialmente em relação à economia americana e aos impactos nas commodities. A decisão do Copom em relação à taxa básica de juros (Selic) nas próximas reuniões será crucial para garantir a estabilidade econômica e o controle da inflação no país.

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