Repórter São Paulo – SP – Brasil

Tensões Diplomáticas na Venezuela: Asilo de Opositor González na Espanha leva país a enfrentar pressão internacional e acusações de violações de direitos humanos.

Após o opositor venezuelano Edmundo González obter asilo na Espanha, a Venezuela enfrenta um cenário de pressão internacional por parte dos Estados Unidos, Europa e alguns países latino-americanos. A reação à saída de González do país caribenho foi marcada pelo retorno das sanções econômicas unilaterais dos EUA, acusando o governo venezuelano de violações de direitos humanos durante os protestos pós-eleitorais. Além disso, a Assembleia da União Europeia reconheceu González como presidente da Venezuela.

Uma operação policial deteve mercenários acusados de planejar o assassinato do presidente Nicolás Maduro, revelando também que o candidato González acatou a decisão do Tribunal Supremo de Justiça que validou a reeleição de Maduro. Em meio a esses acontecimentos, Maduro buscou fortalecer as relações internacionais com aliados imunes à influência dos EUA e realizou reuniões com representantes da ONU.

O presidente Maduro se encontrou com o coordenador residente da ONU na Venezuela, Gianluca Rampolla del Tindaro, para discutir planos de conspiração promovidos a partir do território estadunidense. Além disso, Maduro conversou por telefone com o secretário-geral da ONU, António Guterres, sobre as tentativas de desestabilização política no país.

O chanceler venezuelano, Yvan Gil Pinto, tem buscado fortalecer as relações diplomáticas com países como Rússia, Guiné Bissau e Colômbia. No entanto, especialistas apontam que, apesar dos esforços do governo venezuelano, a saída de González resultou em um maior isolamento internacional. A Venezuela continua dependente economicamente dos EUA, apesar do apoio de países como Rússia e China.

A situação política na Venezuela se agravou com a divulgação de uma carta de reconhecimento assinada por Edmundo González, admitindo a reeleição de Maduro. González chegou a afirmar, em um vídeo, que foi coagido a assinar a carta, o que foi negado pelas autoridades venezuelanas. Além disso, o governo venezuelano prendeu mercenários acusados de planejar o assassinato de Maduro, com a apreensão de armas que seriam utilizadas no crime.

As sanções econômicas impostas pelos EUA após a saída de González impactaram 16 autoridades venezuelanas, incluindo membros das forças de segurança e do sistema judiciário do país. As restrições financeiras têm afetado a Venezuela desde 2017 e não envolvem o setor petroleiro. A violação dos direitos humanos também tem sido uma preocupação, com a ONU acusando o governo de Maduro de violações graves e contínuas. As autoridades venezuelanas, por outro lado, rejeitaram o relatório da ONU, alegando motivações políticas por parte do Grupo de Lima e Washington.

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