O mês de agosto foi especialmente crítico, com 3.612 incêndios, mais do que os registrados em todo o ano de 2023 e 2022 juntos. O ápice ocorreu entre os dias 22 e 24 de agosto, quando 2.621 focos foram identificados, sendo 1.886 apenas no dia 23. A cidade de São Paulo foi coberta por fuligem, transformando o sol em um círculo vermelho no céu.
O climatologista Marcelo Seluchi, do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), explicou que a seca precoce e intensa contribui para a propagação das queimadas. A falta de chuvas desde abril e a ausência de precipitações em setembro agravaram ainda mais o cenário.
Dos 645 municípios de São Paulo, 405 tiveram pelo menos um foco de incêndio em setembro. Altinópolis foi a cidade com o maior número de incêndios, totalizando 125 focos. Outras cidades como São Carlos, Pitangueiras, Andradina e Olímpia também enfrentaram altas taxas de queimadas.
Apesar do cenário preocupante, a Defesa Civil acredita que a pior fase já passou, principalmente após a chegada de uma frente fria que ajudou a controlar os incêndios. Atualmente, apenas o município de Cajuru sofre com queimadas, mas a expectativa é de que a situação melhore nas próximas semanas.
Para combater as chamas, aproximadamente 15 mil agentes estão atuando no combate aos incêndios, sendo a maioria brigadistas voluntários. A Polícia Militar Ambiental investiga a possibilidade de incêndios criminosos, o que levou à prisão de 23 suspeitos, dos quais nove já foram liberados.
A preocupação com os incêndios florestais em São Paulo continua, mas as autoridades estão otimistas com a melhora da situação e com a possibilidade de uma temporada de chuvas que contribua para conter as queimadas.