Repórter São Paulo – SP – Brasil

Depredações e sumiço de HDs marcam retorno das aulas na Uerj após desocupação de estudantes no Campus Maracanã

Após 56 dias de ocupação, os estudantes da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) foram retirados do Pavilhão João Lyra Filho, localizado no Campus Maracanã. O conflito entre policiais e estudantes culminou em confrontos e detenções, incluindo a do deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ), que estava defendendo os estudantes.

A situação no Campus Maracanã se agravou nos últimos dias, com depredações estruturais no prédio, como quebra de paredes, portas e pias, além do sumiço de discos rígidos (HDs) de computadores que continham informações pessoais sensíveis e dados de pesquisa. A universidade abriu uma sindicância para apurar as responsabilidades pelos danos e pelo desaparecimento dos HDs.

Os estudantes ocuparam o Pavilhão João Lyra Filho em protesto contra mudanças nas regras para concessão de bolsas e auxílios de assistência aos alunos. As medidas estabelecidas pela Uerj, como o Ato Executivo de Decisão Administrativa 038/2024, limitam o pagamento de auxílio alimentação e estabelecem critérios de renda familiar para o recebimento de auxílios e bolsas. Cerca de 1 mil estudantes foram excluídos das condições para receber os benefícios.

Diante da falta de acordo entre a reitoria e os estudantes, a situação foi judicializada e uma audiência de conciliação ocorreu, sem sucesso. A juíza determinou a desocupação do prédio, mas agendou uma nova audiência para discutir os valores das bolsas de estudo e demais auxílios.

A Uerj estabeleceu medidas de transição, como o pagamento de R$ 500 aos estudantes prejudicados pelas mudanças nas regras das bolsas, garantindo auxílios de transporte, alimentação e tarifa zero no restaurante universitário ou auxílio-alimentação temporário. Essas medidas visam atender os estudantes em situação de vulnerabilidade social até o final do ano.

O retorno das aulas no Campus Maracanã está previsto para esta terça-feira, após a realização de perícia, inspeção do prédio pela reitoria e investigação interna sobre as depredações e o sumiço dos HDs. A universidade segue em busca de soluções para atender às demandas dos estudantes e garantir o bom funcionamento das atividades acadêmicas.

Sair da versão mobile