O Copom ressaltou que a próxima decisão dependerá da evolução dos indicadores econômicos, da inflação e das expectativas. No entanto, o mercado interpretou algumas novidades no comunicado como indicações de que o BC poderá aumentar a dosagem dos ajustes nos próximos encontros. Entre essas novidades está o reconhecimento do hiato positivo na economia, indicando que o crescimento está acima do potencial.
Além disso, o BC apontou uma “assimetria altista” no balanço de riscos, indicando que os riscos de alta para a inflação são maiores do que os de baixa. Mesmo projetando a inflação em 3,5% no primeiro trimestre de 2026, acima da meta, o Copom está disposto a continuar elevando a taxa de juros para controlar os índices de preços.
Economistas de diversas instituições financeiras como Bank of America, Bmg, ASA, Armor Capital, ABC Brasil e Pine classificaram o comunicado como “duro” ou “hawkish”. A preparação para o aumento da Selic já vinha sendo feita desde a reunião anterior do Copom, em julho, e as declarações do diretor de Política Monetária, Gabriel Galípolo, reforçaram a postura mais rígida do BC.
Apesar de algumas incertezas internacionais, como a decisão do Federal Reserve dos Estados Unidos de reduzir a taxa de juros, o BC brasileiro segue em um caminho de ajuste monetário. A expectativa é que a Selic chegue a 12% até janeiro do próximo ano, segundo projeções de bancos como Itaú Unibanco e BofA. O objetivo principal é controlar a inflação e manter a economia brasileira em um cenário de estabilidade e crescimento sustentável.