Diferentemente de outros municípios afetados, onde as áreas incineradas eram predominantemente pastagens e grandes propriedades rurais pouco habitadas, São Carlos enfrentou um desafio mais próximo da população local. O crescimento periurbano da cidade, impulsionado pela presença de estudantes universitários, levou o fogo a ameaçar áreas de transição entre o rural e o urbano, incluindo o condomínio de chácaras Parque Itaipu.
O caso evidenciou a necessidade de estruturas de proteção e defesa mais robustas diante da possibilidade de secas severas. Pedro Caballero, diretor da Defesa Civil de São Carlos, ressaltou a importância de desenvolver um sistema semelhante ao adotado em países como Chile e Estados Unidos, especializados em lidar com incêndios florestais.
No entanto, a falta de preparo da população local foi um ponto de destaque durante a crise. Chacareiros e sitiantes revelaram que a ajuda foi insuficiente e tardia, evidenciando a ausência de medidas preventivas, como a criação de aceiros. A colaboração da Defesa Civil estadual, com o envio de aeronaves para combater as chamas, foi fundamental para salvar propriedades e evitar maiores danos.
Embora o fogo tenha sido controlado e as propriedades protegidas, a devastação da mata nativa foi um golpe duro para a fauna local. Espécies como pacas, tatus e capivaras perderam seu habitat devido à destruição causada pelas chamas, deixando um rastro de cinzas e troncos torrados em uma paisagem antes exuberante. O desafio agora é reconstruir e proteger esses ecossistemas fragilizados, enquanto se prepara para possíveis novos episódios de incêndios florestais.