Repórter São Paulo – SP – Brasil

Emissões de carbono no Brasil atingem níveis preocupantes devido a incêndios no Pantanal e na Amazônia, aponta observatório europeu.

Os incêndios que assolaram o Pantanal e a Amazônia neste ano de 2024 foram considerados os piores em quase duas décadas, de acordo com dados do observatório Copernicus da União Europeia. Essas queimadas resultaram em um aumento significativo das emissões de carbono do Brasil, atingindo a marca de 183 megatoneladas até o dia 19 de setembro, ultrapassando a média anual histórica de aproximadamente 161,6 megatoneladas.

Segundo os pesquisadores europeus, as emissões deste ano estão se aproximando de valores semelhantes ao recorde de 2007, quando o país registrou 362 megatoneladas de carbono emitidas devido a incêndios florestais. Somente no mês de setembro, as emissões relacionadas ao fogo já alcançaram a marca de 65 megatoneladas, representando mais de 35% do total emitido ao longo do ano.

A situação no Amazonas e em Mato Grosso do Sul foi destacada como responsável por grande parte das emissões deste ano. Nessas regiões, as estimativas apontam para o maior volume anual de emissões de carbono dos últimos 22 anos de monitoramento, chegando a cerca de 28 megatoneladas e 15 megatoneladas, respectivamente.

O impacto desses incêndios tem sido considerado “fora do comum” pelos pesquisadores do Copernicus, que relatam temperaturas significativamente acima da média, anomalias de até 3°C e uma redução da umidade do solo em diversas regiões do Brasil e dos Andes. A fumaça resultante dos incêndios tem afetado a qualidade do ar em várias partes do país, inclusive em áreas não diretamente atingidas pelas chamas.

O aumento das emissões de carbono relacionadas às queimadas também foi destacado por outros levantamentos, como o do Ipam, que indica um aumento de 60% nas emissões de CO2 equivalente na Amazônia de junho a agosto. A decomposição da vegetação atingida pelos incêndios pode resultar em emissões contínuas nos próximos anos, perpetuando o ciclo de degradação e emissões de CO2.

Diante desse cenário preocupante, é essencial manter um monitoramento rigoroso dos incêndios e de suas emissões para minimizar os impactos negativos na qualidade do ar e no meio ambiente como um todo. A gravidade dessa situação exige ações urgentes e efetivas para proteger nossas florestas e combater as causas desses incêndios devastadores.

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