Previsão de chuva abaixo da média no Sudeste acende alerta para possibilidade de crise hídrica em São Paulo nos próximos meses.

A previsão de chuva abaixo da média para parte do Sudeste nos próximos meses acende um alerta para a possibilidade de desabastecimento de água. Esse cenário não é uma surpresa negativa, como o verão seco que antecipou a crise hídrica em São Paulo há uma década. Especialistas consultados pela reportagem apontam que o estado conseguiu adquirir uma margem de manobra após a crise de 2014 e 2015, porém ainda é necessário aumentar a resiliência para diminuir a dependência das chuvas.

O governo de São Paulo, representado por Tarcísio de Freitas, do Republicanos, já está tomando medidas para lidar com esse risco iminente de desabastecimento. Por outro lado, a Sabesp, responsável pelo abastecimento na região metropolitana de São Paulo, descarta qualquer risco de falta de água, mesmo com a previsão de chuvas abaixo da média.

Segundo dados divulgados, o nível de armazenamento de água para a Grande São Paulo está em 51,3%, um patamar semelhante ao registrado em 2013, que antecedeu a crise hídrica de 2014. Comparado ao ano anterior, houve uma queda de aproximadamente 15 pontos percentuais, o que revela a importância de medidas para garantir a segurança hídrica da região.

A análise de eventos climáticos passados e de crises anteriores indica que a recorrência de problemas hídricos ocorre aproximadamente a cada 11 anos. A interligação dos sistemas de abastecimento realizada após a crise de 2014 foi uma medida positiva para evitar novos problemas em algumas áreas, como na região metropolitana de São Paulo. No entanto, cidades do interior, que já estão enfrentando racionamento de água, podem ser mais afetadas devido à baixa reposição hídrica causada pela escassez de chuvas.

Para lidar com a situação, o governo de São Paulo está investindo em novas perfurações de poços, mas de forma controlada para não prejudicar as vazões. Também está incentivando iniciativas de longo prazo, como a regionalização do saneamento, visando garantir o acesso à água de forma sustentável e eficiente.

Diante do cenário de neutralidade entre El Niño e La Niña, semelhante ao de 2014, especialistas alertam para a possibilidade de variações negativas nos níveis dos reservatórios. No entanto, a esperança é que, se as chuvas previstas se concretizarem, o sistema de abastecimento consiga se recuperar até a próxima estação chuvosa. Os avanços realizados nos últimos anos, como a interligação de reservatórios e a conclusão de obras estruturais, têm ajudado a enfrentar os desafios hídricos, mas é fundamental continuar investindo em soluções preventivas e sustentáveis para garantir a segurança hídrica da região.

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