A situação começou a se deteriorar após a visita da Missão de Direitos Humanos organizada pelo Coletivo de Solidariedade e Compromisso aos Povos Guarani na região, o que teria desencadeado os ataques violentos. Os indígenas, que vivenciaram agressões nos últimos dias, reportaram os abusos ao Conselho Indigenista Missionário (Cimi), denunciando a violência e a destruição de barracos durante a retomada.
O massacre resultou não apenas na morte de Neri, mas também deixou uma mulher ferida por projétil de arma de fogo, sendo encaminhada a um hospital em Ponta Porã. Outras duas pessoas foram feridas por balas de borracha. A Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) emitiu uma nota de indignação e afirmou que tomará medidas legais, acionando a Procuradoria Federal Especializada e o Tribunal Regional Federal da 3ª Região para garantir a punição dos responsáveis.
Segundo o governo de Mato Grosso do Sul, o conflito teria sido iniciado pelo grupo de indígenas que estaria armado e tentando invadir a fazenda. Porém, a situação se agravou nos últimos dias, resultando em confrontos violentos. O governo estadual informou que peritos estiveram no local para coletar informações e que um relatório será entregue em Brasília.
Ainda assim, a violência contra os povos indígenas é inaceitável e a Funai está mobilizando esforços para proteger os direitos e a segurança dessas comunidades. O Ministério dos Povos Indígenas e da Justiça e Segurança Pública foram questionados pela imprensa, mas não se pronunciaram até o momento. O caso de Neri Guarani Kaiowá serve como um alerta para a necessidade urgente de proteger e respeitar os povos indígenas no Brasil.