Jovem guarani Kaiowá é morto durante processo de retomada em fazenda no MS e suspeitas recaem sobre policiais militares

No dia 18 de novembro, o jovem Neri Guarani Kaiowá foi brutalmente assassinado com um tiro na cabeça durante um processo de retomada na Fazenda Barra, localizada na Terra Indígena Nhanderu Marangatu, em Antônio João, Mato Grosso do Sul. Segundo relatos, os responsáveis pelos disparos que atingiram não apenas Neri, mas também outros indígenas, teriam sido policiais militares.

As denúncias feitas pelos indígenas à Missão de Direitos Humanos e ao Conselho Indigenista Missionário (Cimi) apontam que os ataques tiveram início após a visita da Missão na TI Panambi, em Itaporã e Douradina, que faz parte do território guarani e kaiowá. Os relatos indicam que houve agressões físicas, atingindo até mesmo mulheres com projéteis de arma de fogo, resultando em ferimentos que precisaram de atendimento médico.

A Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) expressou indignação diante do ocorrido e afirmou que acionará a Procuradoria Federal Especializada (PFE) para tomar medidas legais. Além disso, a entidade se comprometeu em garantir que os responsáveis pelos ataques sejam punidos e tomará providências junto ao Tribunal Regional Federal da 3ª Região.

Segundo informações do governo do Mato Grosso do Sul, o conflito teria sido iniciado pelos próprios indígenas, que estavam armados e tentavam invadir a fazenda. No entanto, a presença de policiais militares no local visava manter a ordem e segurança, conforme determinação da Justiça Federal.

Os ministérios dos Povos Indígenas e da Justiça e Segurança Pública foram contatados pela Agência Brasil, mas não forneceram retorno até o momento. O caso segue sendo acompanhado de perto por diversas entidades e autoridades, que buscam garantir a proteção dos povos indígenas da região e a responsabilização dos envolvidos nesse trágico episódio.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo