Repórter São Paulo – SP – Brasil

Copom decide se mantém ou eleva a taxa Selic diante da incerteza sobre a inflação e impacto da seca.

Na tarde desta quarta-feira (17), o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) se reúne para decidir sobre a taxa básica de juros, a Selic. Com a possibilidade de divisão entre os membros, a expectativa é de que a taxa seja mantida ou até mesmo elevada, diante dos recentes eventos econômicos que têm impactado o cenário nacional e internacional.

O aumento do dólar e os efeitos da seca sobre o preço de energia e alimentos geraram incerteza em relação à decisão do Copom. Caso os juros básicos sejam elevados, será a primeira alta em mais de dois anos, o que demonstra a necessidade de cautela por parte do colegiado.

De acordo com a pesquisa semanal Focus, os analistas de mercado esperam um aumento de 0,25 ponto percentual na taxa de juros, que encerraria o ano de 2024 em 11,25% ao ano. Esta decisão será anunciada ao final do dia pelo Copom, que desde agosto de 2022 não eleva a Selic, permanecendo em um nível de 10,5% ao ano desde maio deste ano.

A preocupação com a inflação também é um fator relevante para o Copom. Com a perspectiva de alta nos preços, impulsionada pela valorização do dólar e aumento dos gastos públicos, os membros do comitê avaliam a possibilidade de aumento na taxa de juros como medida de controle inflacionário.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) apresentou deflação em agosto, pela primeira vez desde junho de 2023. Contudo, a expectativa é de que a inflação retorne devido ao aumento dos preços de energia e alimentos, impactados pela seca prolongada.

A Selic, além de influenciar as negociações de títulos públicos, é um instrumento essencial para o controle da inflação. A elevação dos juros busca conter a demanda aquecida, porém, sua manutenção em patamares elevados pode prejudicar a expansão econômica. Por outro lado, a redução da Selic pode estimular a produção e o consumo, aquecendo a economia.

Diante deste cenário, o Copom tem o desafio de encontrar o equilíbrio entre o controle da inflação e o estímulo à atividade econômica, levando em consideração a situação atual do país e os impactos causados por eventos externos, como a crise hídrica e a volatilidade do mercado internacional.

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