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Câmara dos Deputados aprova flexibilização de licitações em casos de calamidade pública; texto aguarda sanção de Lula

A Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (18) um projeto de lei que flexibiliza as regras de licitações para compras e contratações de serviços em casos de calamidade pública. A proposta, de autoria do líder do governo na Câmara, José Guimarães, incorporou conteúdos de medidas provisórias como resposta às enchentes no Rio Grande do Sul.

O texto aprovado permite que o Executivo e os governos municipais e estaduais possam adquirir bens e contratar obras sem licitação em situações de calamidade pública oficialmente reconhecidas. Além disso, os contratos firmados poderão ser prorrogados por até um ano após o encerramento da situação de emergência.

Uma das novidades trazidas pelo projeto é a possibilidade de firmar contratos verbais em casos de urgência, desde que o valor não ultrapasse R$100 mil. No entanto, esses contratos deverão ser formalizados em até 15 dias para evitar nulidades.

Outro ponto importante do projeto é a autorização para o governo federal conceder subsídios no valor de R$3 bilhões às microempresas, empresas de pequeno porte e produtores rurais afetados por calamidades públicas. Esse desconto será aplicado em operações de crédito realizadas até o final do ano por meio de programas específicos de apoio financeiro.

Após ter sido aprovado na Câmara em agosto e no Senado no início deste mês, o projeto voltou para análise dos deputados devido a alterações feitas pelos senadores. Durante a votação virtual, foi discutida uma emenda que gerou polêmica, pois tratava da obrigatoriedade de manter empregos para ter acesso a linhas de crédito com condições especiais.

Deputados da oposição argumentaram que essa obrigatoriedade criaria dificuldades para os empresários afetados pelas calamidades públicas. Após um acordo, a emenda foi ajustada para permitir que a obrigatoriedade de manter os empregos só passasse a valer a partir da contratação da linha de crédito.

Com essas mudanças aprovadas, o projeto segue agora para a sanção do presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, e promete trazer maior agilidade e flexibilidade nas ações do poder público em situações de emergência e calamidade pública.

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