O incidente, que poderia ser considerado grave e passível de consequências legais, acabou sendo alvo de memes e piadas nas plataformas digitais. O jornalismo, por sua vez, surpreendentemente se juntou ao tom jocoso, chegando a minimizar a agressão ou até mesmo culpar Marçal por ter provocado o ataque.
Datena, que antes era conhecido por seu discurso extremista e sensacionalista na TV, agora foi retratado como um idoso cuja honra teria sido desrespeitada. A discussão sobre as implicações legais do ocorrido foi deixada em segundo plano, levantando dúvidas sobre a seriedade com que o caso foi tratado pela mídia.
O candidato do PRTB, Pablo Marçal, por sua vez, é visto como uma ameaça por parte da elite política e econômica. Seu discurso, embora por vezes controverso e com propostas inexequíveis, parece expor as falhas e a hostilidade oculta dessas lideranças tradicionais.
A reação contra Marçal, portanto, não estaria relacionada apenas às suas ideias ou propostas, mas sim ao desconforto gerado por sua representação caricata das camadas privilegiadas da sociedade. Sua retórica agressiva e seu estilo provocativo podem estar atraindo simpatizantes justamente por expor as entranhas do “sistema” político vigente.
Em meio a esse cenário de polarização e indignação, é importante refletir sobre o papel da imprensa e sua responsabilidade em abordar de forma ética e imparcial eventos como esse debate televisivo. A agressão de Datena a Marçal não pode ser tratada como mera piada, mas sim como um episódio preocupante que revela as tensões e conflitos presentes na corrida eleitoral.