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Criança de 4 anos é vítima de racismo em escola particular em Guarujá: pais relatam situação de segregação e negligência.

Racismo na escola: pais relatam discriminação contra criança de 4 anos

Em Guarujá, na Baixada Santista, a família de Michael de Jesus passou por uma situação de discriminação racial contra a filha de apenas 4 anos, que estuda em uma escola particular da região. Desde o início do ano letivo, a menina começou a relatar aos pais que não era chamada para brincar com os colegas, fato que inicialmente foi atribuído a um problema de adaptação à nova turma.

No entanto, a rejeição dos colegas se intensificou quando começaram a fazer piadas a respeito do cabelo crespo da criança, que é negra. A situação chegou a um ponto em que a menina passou a chorar e sentir-se mal antes das aulas, relatando aos pais que os colegas afirmavam não querer brincar com ela por causa de sua cor de pele.

Michael se surpreendeu ao constatar que sua filha estava sendo vítima de racismo, pois acreditava que, por se tratar de crianças de 4 anos, isso não seria possível. Após relatar o caso à professora, a família sentiu que a escola não dava a devida atenção ao problema, tratando a situação como um simples conflito entre crianças.

Uma pesquisa realizada em escolas de todo o país revela que essa não é uma situação isolada. Professores e gestores reconhecem a existência de casos de discriminação racial entre os estudantes, sendo que a percepção varia entre esses profissionais de acordo com a cor de pele. Enquanto os dados apontam para um número significativo de casos de racismo, tanto entre os alunos quanto entre os docentes, a falta de preparo das escolas para lidar com essas situações é evidente.

Diante da negligência da escola em lidar com o caso de racismo envolvendo a filha, Michael decidiu cobrar medidas efetivas da instituição, que prometeu realizar reuniões com as famílias, conversas com os alunos e ofereceu a possibilidade de mudança de turma para a criança. No entanto, a família optou por buscar outra escola para matriculá-la, diante da evidente incapacidade da instituição em lidar com a questão do racismo.

Em nota, o colégio Objetivo Guarujá afirmou que atua em prol da diversidade, do antirracismo e de ambientes acolhedores e empáticos. A direção do colégio informou que todas as denúncias são investigadas com cuidado e que os colaboradores passam por programas de capacitação regularmente. No entanto, o caso da menina negra vítima de racismo evidencia a urgência de uma abordagem mais efetiva e sensível por parte das escolas em relação a essa questão tão delicada. A história de discriminação vivida por essa criança é um alerta para a necessidade de um trabalho mais profundo e engajado na promoção da diversidade e no combate ao racismo no ambiente escolar.

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