Todos os deputados que assinaram o pedido são do PL, sigla do ex-presidente Bolsonaro. Dentre os parlamentares citados por Moraes em inquéritos que tramitam no STF estão Alexandre Ramagem, André Fernandes, Bia Kicis, Carla Zambelli, Eduardo Bolsonaro, Eliézer Girão, Filipe Barros, Junio Amaral, Luiz Phillipe de Órleans e Bragança, Marco Feliciano, Silvia Waiãpi e Zé Trovão. Vale ressaltar que a reportagem procurou os deputados para comentar o assunto, porém não obteve retorno.
O pedido de impeachment contra o ministro Moraes está embasado em diversas ações consideradas controversas por parte dos parlamentares. Uma delas refere-se ao uso do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para embasar decisões contra os deputados bolsonaristas, sem seguir os ritos processuais adequados.
Além disso, conversas vazadas entre o juiz auxiliar de Moraes no STF, Airton Vieira, e o ex-assessor do TSE Eduardo Tagliaferro revelaram a ordem do ministro para coletar publicações contendo notícias falsas sobre as eleições presidenciais de 2022. Esses elementos contribuíram para a fundamentação do pedido de impeachment.
Outro ponto de destaque nas investigações envolve a relação de cinco deputados com atos antidemocráticos. André Fernandes, Carlos Jordy, Eliézer Girão, Silvia Waiãpi e Zé Trovão são os parlamentares sob investigação por incitarem ou apoiarem ações que atentam contra a democracia.
No caso específico de Zé Trovão, ele foi preso em outubro de 2021 após ser apontado por Moraes como organizador de um levante de caminhoneiros que resultaria em manifestações violentas no feriado da Independência. Esses episódios, somados a outras condutas dos parlamentares, contribuem para a tensão política que culminou no pedido de impeachment contra o ministro Alexandre de Moraes.
