Impacto da crise climática na cadeia de frio de vacinas e medicamentos: riscos e desafios para a preservação da eficácia.

A crise climática apresenta desafios significativos para diversos setores da sociedade, incluindo a cadeia de frio responsável por garantir a qualidade e segurança de vacinas e medicamentos termolábeis. Esse é o caso da insulina e de outros medicamentos de alto custo, cuja eficácia depende da manutenção das temperaturas adequadas durante todo o processo de produção e distribuição.

Segundo Liana Montemor, farmacêutica e diretora técnica do Grupo Polar, sediado em São Bernardo, a preservação desses produtos se tornou fundamental para evitar falhas de armazenamento que poderiam comprometer sua eficácia. O aumento das temperaturas globais e a ocorrência mais frequente de ondas de calor representam um desafio adicional para os sistemas de refrigeração. Com o calor extremo, os equipamentos de resfriamento precisam trabalhar mais intensamente, aumentando o risco de falhas e o desgaste dos componentes.

Além disso, apagões frequentes em várias regiões do Brasil têm impacto direto na cadeia de frio, sobrecarregando as redes elétricas e comprometendo a capacidade de refrigerar os medicamentos. Secas prolongadas, como as observadas recentemente no país, também podem afetar a geração de energia hidrelétrica, prejudicando o funcionamento dos sistemas de refrigeração.

Eventos climáticos extremos, como tempestades e inundações, representam outra ameaça à cadeia de frio, danificando infraestruturas de armazenamento e transporte e causando atrasos na entrega. A destruição de armazéns e centros de distribuição devido a desastres naturais pode resultar em perdas consideráveis de vacinas e medicamentos, prejudicando campanhas de imunização e tratamentos.

Diante desse cenário, Liana destaca a necessidade de investimentos em tecnologia e infraestrutura para tornar a cadeia de frio mais resiliente. Sistemas avançados de monitoramento e soluções de refrigeração mais eficientes são essenciais para enfrentar os desafios impostos pelas mudanças climáticas. A adaptação das infraestruturas para resistir a eventos climáticos extremos é crucial para garantir a integridade da cadeia de frio e proteger a saúde pública global.

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