No Brasil, os números são alarmantes, com mais de 180 mil focos de incêndio registrados somente em 2024. A área queimada ultrapassou os 113,9 mil km² até o final de agosto, equivalente a um tamanho maior que o estado de Santa Catarina. A fumaça proveniente dos incêndios obscureceu os céus de cidades como São Paulo e La Paz, na Bolívia, formando um corredor de fumaça que se estendeu por todo o continente sul-americano.
A situação atingiu níveis críticos de poluição do ar, com São Paulo sendo considerada a cidade com o pior ar do mundo por cinco dias seguidos, de acordo com a Organização Mundial da Saúde. A qualidade do ar impacta diretamente na saúde da população, podendo causar problemas respiratórios e até mesmo mortes prematuras. Estudos apontam que a inalação da fumaça de incêndios florestais contribui anualmente para 12 mil mortes prematuras.
O desafio para controlar os incêndios é grande devido ao clima extremamente seco e aos ventos na região. Apesar de a maioria dos incêndios serem provocados por ação humana, as condições climáticas desfavoráveis potencializam a propagação do fogo. A onda de calor e a seca sem precedentes enfrentadas pela região são agravadas pelas mudanças climáticas, tornando a situação ainda mais crítica.
Os esforços para controlar os incêndios envolvem o envio de brigadistas do Brasil e da Bolívia, mas a previsão de chuva para algumas regiões traz esperança. No entanto, a seca deve persistir em partes da Amazônia e do Centro-Oeste até outubro. Enquanto isso, cidadãos têm saído às ruas em La Paz para exigir ações urgentes contra os incêndios, que já consumiram milhões de hectares e causaram a morte de milhões de animais. O cenário é de emergência e a situação demanda atenção e medidas imediatas para conter a destruição das florestas sul-americanas.