América do Sul bate recorde com mais de 346 mil focos de incêndio em um ano, colocando em alerta países da região.

A América do Sul enfrenta uma situação preocupante com os incêndios florestais que estão devastando grandes extensões de florestas na região. De acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), a região registrou mais de 346 mil focos de incêndio em um ano até 11 de setembro, superando assim a pior marca da série histórica, que era de 345 mil focos em 2007. Os países mais afetados são Brasil, Bolívia, Peru, Argentina e Paraguai, com incêndios intensos também atingindo a Venezuela, Guiana e Colômbia.

No Brasil, os números são alarmantes, com mais de 180 mil focos de incêndio registrados somente em 2024. A área queimada ultrapassou os 113,9 mil km² até o final de agosto, equivalente a um tamanho maior que o estado de Santa Catarina. A fumaça proveniente dos incêndios obscureceu os céus de cidades como São Paulo e La Paz, na Bolívia, formando um corredor de fumaça que se estendeu por todo o continente sul-americano.

A situação atingiu níveis críticos de poluição do ar, com São Paulo sendo considerada a cidade com o pior ar do mundo por cinco dias seguidos, de acordo com a Organização Mundial da Saúde. A qualidade do ar impacta diretamente na saúde da população, podendo causar problemas respiratórios e até mesmo mortes prematuras. Estudos apontam que a inalação da fumaça de incêndios florestais contribui anualmente para 12 mil mortes prematuras.

O desafio para controlar os incêndios é grande devido ao clima extremamente seco e aos ventos na região. Apesar de a maioria dos incêndios serem provocados por ação humana, as condições climáticas desfavoráveis potencializam a propagação do fogo. A onda de calor e a seca sem precedentes enfrentadas pela região são agravadas pelas mudanças climáticas, tornando a situação ainda mais crítica.

Os esforços para controlar os incêndios envolvem o envio de brigadistas do Brasil e da Bolívia, mas a previsão de chuva para algumas regiões traz esperança. No entanto, a seca deve persistir em partes da Amazônia e do Centro-Oeste até outubro. Enquanto isso, cidadãos têm saído às ruas em La Paz para exigir ações urgentes contra os incêndios, que já consumiram milhões de hectares e causaram a morte de milhões de animais. O cenário é de emergência e a situação demanda atenção e medidas imediatas para conter a destruição das florestas sul-americanas.

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