Confronto entre indígenas e PM deixa três feridos em tentativa de ocupação de fazenda em Mato Grosso do Sul

Na tarde de quinta-feira (12), um conflito entre indígenas da comunidade Nhanderu Marangatu e policiais militares resultou em três feridos na tentativa de ocupação da Fazenda Barra, no município de Antônio João, em Mato Grosso do Sul. Uma mulher e dois homens foram atingidos por disparos de bala de borracha e foram encaminhados ao hospital do município, onde seu estado de saúde é considerado estável.

A área em questão é alvo de disputa entre produtores rurais e indígenas, que reivindicam a posse do território como parte do território Nhanderu Marangatu. Segundo relatos da Polícia Militar, o confronto ocorreu quando os policiais impediram um grupo de 20 indígenas de ocupar a sede da propriedade privada, localizada a 319 km de Campo Grande, na fronteira com o Paraguai. Os indígenas teriam ateado fogo na ponte de acesso à fazenda para evitar a entrada dos policiais, que posteriormente foram atacados com flechas, facões e pedras, revidando com balas de borracha.

Imagens divulgadas em redes sociais mostram a tensão entre os indígenas e os policiais, com destaque para a presença de indígenas feridos sendo socorridos. Equipes da Força Nacional e do Batalhão de Choque de Campo Grande foram acionadas, além de equipes da Força Tática local. Atualmente, equipes trabalham na reconstrução da ponte incendiada.

Diante do confronto, a Justiça Federal emitiu uma liminar determinando a presença contínua da Polícia Militar na região, onde os indígenas continuam resistindo cercados na sede da fazenda. Para prestar apoio e ouvir as demandas das comunidades indígenas, uma missão composta por representantes de entidades e parlamentares ligados aos direitos humanos está presente na cidade de Dourados (MS).

A área da Fazenda Barra é a última a ser retomada pelos indígenas, após uma tentativa anterior em 2016 que resultou em um ataque por parte de fazendeiros locais, com apoio político, que culminou na morte a tiros do líder indígena Simião Vilhalva. A presença das autoridades competentes é fundamental para mediar o conflito e garantir a segurança e os direitos das comunidades indígenas.

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