Inteligência artificial generativa: desafios e benefícios para a democracia em meio às eleições municipais no Brasil.

A sociedade contemporânea vive em um cenário cada vez mais permeado pela inteligência artificial (IA) generativa, uma tecnologia que avança rapidamente e promete trazer benefícios em diversas áreas, mas também desafios e riscos. A Organização das Nações Unidas (ONU) tem enfatizado a importância de uma governança responsável para lidar com essa tecnologia, buscando minimizar os perigos e maximizar os benefícios que a IA pode proporcionar.

Em uma recente entrevista à Folha, o historiador israelense Yuval Noah Harari destacou que a IA generativa é a tecnologia mais poderosa da história, capaz de revolucionar a saúde, prevenir crises ambientais, mas também representar ameaças existenciais se não for regulamentada. O uso indevido da IA, como na disseminação de desinformação e discurso de ódio, pode minar a democracia e abrir portas para regimes autoritários, alertou Harari.

As eleições globais enfrentam desafios relacionados à IA generativa, com o uso de deepfakes e informações falsas para influenciar o eleitorado. No Brasil, durante as eleições municipais, um caso de deepfake envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro foi identificado e a Justiça Eleitoral agiu para retirar o conteúdo do ar. Medidas como a atualização da Resolução 23.610/2019 pelo Tribunal Superior Eleitoral visam combater o uso indevido da IA nas eleições, com punições severas para quem violar as regras.

A regulação da IA generativa é um desafio complexo, que envolve diversos atores, como governos, empresas, cortes judiciais, mídia, academia e organizações não governamentais. A ONU tem se posicionado a favor de uma governança eficaz da IA, apontando a importância da regulação e da educação para lidar com os avanços tecnológicos. O Dia Internacional da Democracia deste ano destaca a IA generativa como ferramenta para uma boa governança, ressaltando a necessidade de garantir uma gestão eficaz da tecnologia em níveis internacionais.

Além da regulação, a educação também desempenha um papel fundamental na formação de indivíduos capazes de lidar de forma crítica e responsável com a informação. Iniciativas como o programa EducaMídia, do Instituto Palavra Aberta, visam promover o letramento midiático e oferecer recursos sobre inteligência artificial para professores e alunos.

Diante desse cenário, é essencial preparar as pessoas para navegarem em um ambiente informacional cada vez mais influenciado pela tecnologia, garantindo que a IA generativa seja utilizada de forma equitativa e segura em benefício da humanidade. O conhecimento e a conscientização são ferramentas essenciais para orientar a sociedade em direção a um futuro no qual a tecnologia e a democracia possam coexistir em harmonia.

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